LEITE: dicas para não estressar as vacas e evitar doenças como a mastite

 

Por Naiara Araújo (naiara@sfarming.com.br)

O bem-estar animal é fundamental para garantir uma boa produção de leite. “O bem-estar animal tem impacto direto na rentabilidade. Se o produtor ou os trabalhadores manejam [as vaca] de forma gentil e calma, há um aumento no volume diário de leite produzido”, diz a médica veterinária Roberta Züge, que também é conselheira no Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS). Porém, segundo ela, alguns produtores ainda insistem em velhos erros que já fazem parte da rotina na fazenda. Confira dicas para eliminar maus hábitos, adotar boas práticas de manejo e aprimorar a pecuária leiteira.

 

1 – A influência dos profissionais

O comportamento das pessoas que lidam com o rebanho leiteiro influencia muito na vida e no desempenho produtivo dos animais. Roberta diz que um comportamento bruto, principalmente no ambiente da ordenha, pode reduzir a produção de leite, aumentar o tempo da preparação para a ordenha e aumentar a frequência cardíaca do animal.

 

Para evitar esses problemas, o ideal é ter um comportamento gentil com as vacas. Isso significa tocá-las, manter um tom de voz normal e só realizar transporte dos animais com calma. Roberta explica que são considerados comportamentos inadequados o uso de bastão, gritos e torcer o rabo das vacas para agilizar a movimentação do rebanho.

 

2 – Impactos do estresse na produção

A vaca de leite é um animal de grande porte e que anda devagar, por isso é importante manejar o rebanho respeitando o movimento natural do animal, sem empurrar ou elevar o tom de voz. Roberta conta que as práticas mais agressivas ainda são muito comuns nas propriedades. Porém, são comportamentos que deixam as vacas atordoadas.

 

Ela explica que uma vaca estressada vai produzir menos leite e o produtor também vai perceber o aumento do leite residual, aquele que fica na mama após a ordenha, não pode ser retirado manual ou mecanicamente e ainda pode aumentar os casos de mastite no rebanho. A queda na produção diária de leite causada por estresse pode chegar a 1,5 quilo por vaca. “Implementar boas práticas vai além do manejo, é preciso olhar a propriedade como um todo”, afirma Roberta.

 

3 – Boas práticas na ordenha

Ainda hoje, muito produtores de leite não contam com uma rotina de ordenha cuidadosa. Isso também causa impactos negativos na produção porque tira a vaca da zona de conforto. Realizar a ordenha em horários do dia com altas temperaturas prejudica a produção, por exemplo. Para garantir o bem-estar animal, o ideal é realizar o processo o mais cedo possível, quando o sol ainda não está tão forte. Realizar a ordenha todos os dias no mesmo horário também é bom para o animal e para a padronização do produto final.

 

Embora alguns comportamentos considerados incorretos ainda sejam comuns, Roberta diz que a situação melhorou muito na pecuária de leite nos últimos anos. “Eu trabalho com boas práticas desde 2002 e nós temos outro cenário agora. Os produtores perceberam essas questões e sabem que têm que respeitar a legislação e as normativas”, diz a conselheira do CCAS. “Também é uma questão de sobrevivência de mercado, que vai selecionado os melhores produtores e quem não se adaptar não entrega mais leite.”

 

Fonte: LEITE: dicas para não estressar as vacas e evitar doenças como a mastite

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